Felicidade, esperança, união. Amor, renovação, fé. Infinitas tríades de palavras, conjunto de sensações, que modesta e singelamente descrevem as inúmeras emoções na nossa época de Natal. Simbólico ou real, voando de trenó e chegando pela varanda ou se apoiando nas barras de um trem cheio e entrando pela porta, a expectativa pela “chegada” é gigantesca. Sob cada olhar, algo sempre se espera: seja lá qual for a crença, esse é o momento da esperança plena, dos votos renovados e arrisco: uma dose a mais de fé. Não é ingenuidade, é humanidade – um toque de carinho em nossos corações. A origem dessas emoções? Nossa essência, experiência. Onde encontra-las? Dentro de si (ou… em Gramado, Natal Luz, palco onde – em meu coração – tudo acontece).
Acompanhada desses sentimentos, voltemos a narrativa de alguns anos … Quando eu era uma criança, acreditava no Papai Noel – essa era minha tal forma simbólica e expressiva de expectativa – minha espera era pela “chegada” dele. Em minha adolescência, com doses extras de ingenuidade, imaginava que seria o mundo a me dar o esperado presente, que seria eu uma pessoa privilegiada, pois o meu olhar transmitia a paz e esperança e que, ao final de tudo – como em um passe de mágica – meu sonho se tornaria comum entre todos e, aí sim, viveríamos em paz. Nos anos que seguiram, misturei meus protagonistas: desejava que meus pais fossem sempre felizes e que esse presente viesse do Papai Noel. Seríamos realizados em essência…. Esse “caminhar” do tempo trouxe o conhecimento.
Nos anos seguintes, vieram a nova família e os filhos, os primeiros passinhos, a casa própria, a faculdade e as novas oportunidades. Ainda que o Natal tenha o poder de encantar e de trazer consigo uma amplitude de bons sentimentos, no mundo real e humano, nem tudo é sempre colorido, assim, com a passagem dos dias, adquire-se experiência – a mesma que nos faz aprender, a sentir, a chorar, a ver, a reconhecer, a defender e a ser. Num emaranhado de emoções turbulentas, nesse mundo onde nem sempre é Natal, quase chegamos à loucura! Em dias “normais” que não em dezembro, o coração aperta, as esperanças se distanciam, o medo acompanha … Ou não… Afinal, lembram-se? Eu posso escolher … escolho viver dezembro – a medida do possível – a cada dia. Escolho Gramado – a Cidade Luz – para ser meu cenário, meu presente na fase “vida adulta”.
De repente, chega dezembro e com ele o merecido descanso. Férias! Chegamos em 23 de dezembro de 2015 para o Natal Luz em Gramado, onde tudo é possível. “Depois de tanto tempo, sonhos de criança renovados aqui dentro” – sim, música oficial das festas que acontecem por lá…, mas, também é o som que sai do meu coração. Nele mesmo, bem lá no fundinho, existe um coração que canta de alegria por poder voltar e ter a certeza que ali é, sim, também o meu lugar. E quando esse “sonho bom partir” e habitar em outras cabecinhas inocentes e ingênuas, cheias de planos e acreditando no Papai Noel – ou em seu herói mágico escorado nas barras de um trem – eu quero dizer que é aqui, em Gramado, que sou feliz, realizada, plena, V I V A.
Quero passear pelas ruas dessa cidade luz, em meio as flores coloridas e charmosas, e entender que o maior presente possível a ser recebido é, na verdade, a nossa essência construída – nosso caráter – com a chance de viver com honestidade, dignidade e cabeça erguida. E quando a magia do Natal se fizer presente pelos flocos de neve de “mentirinha”, pelo carro do Papai Noel atravessando a rua, pelos sorrisos estampados nas inocentes feições infantis, no rostinho de esperança de cada pessoa, no sabor gostoso do chocolate bem doce e gostoso, dizer: os tantos natais vividos – com alegria, sorriso e felicidade – transformaram a minha vida e me deram um novo objetivo, que mantenho já há alguns anos. Repito, com o coração cheio de amor, que é em Gramado que encontro a minha paz e a melhor definição de mim, esperando, um dia, poder mostrar tudo isso para os frutos dos meus frutos. Renovar também é Natal…. Disseminar alegrias, sempre!
O significado do Natal é pessoal, único… E se hoje somos tantos a desejar e ter a “expectativa pela chegada” das mesmas emoções, provamos o quão ainda somos humanos – qualidade que, às vezes, dá saudade nos outros meses do ano. Aqui, em Gramado, eu volto a acreditar na magia do Natal hoje e sempre, porque é onde, em meu coração, tudo acontece.
Texto enviado pela leitora Helena Mansano.
Deixe um comentário