A Árvore de Natal

A Árvore de Natal (por S. V. Parmigiani)

A árvore ficava guardada com todos os enfeites, esperando, ano após ano, o momento de ser montada.

A cada ano, um ou mais enfeites eram adicionados. Os enfeites antigos eram mantidos, como uma recordação de tantos outros Natais.

Naquele casal, a mulher adorava a época do Natal: ela preparava a casa para receber os familiares e montava a árvore com esmero e carinho.

O marido olhava, entre divertido e admirado, como a esposa parecia se transformar naquela época do ano.

Só que faltava algo, um espaço a ser preenchido…

Durante muitos anos, ela esperou pelo momento em que todos os seus enfeites de Natal, tão bem cuidados, seriam bagunçados por um par de mãozinhas de criança.

Enquanto este momento não chegava, ela, que sempre esteve envolvida em trabalhos voluntários, doava cada vez mais seu tempo (e o que mais pudesse) para transformar o Natal de outras famílias em uma data especial.

Mas, esse momento demorava tanto a chegar que o encanto em montar a árvore, no Natal, foi se perdendo.

As luzes do Natal já não tinham o mesmo brilho e montar a árvore passou a ser uma tarefa árdua, sem prazer.

Até que, como que por encanto, às vésperas de um Natal, a tão esperada notícia chegou: eles não seriam mais um casal e começara se formar uma pequena nova família!

No primeiro ano, um par de olhinhos se encantava com as cores e brilhos que vinham da árvore de Natal.

Nos anos seguintes, aquele par de mãozinhas passou a ter participação ativa na montagem da árvore.

No início, mais atrapalhavam que ajudavam. E a esposa, que agora era a mãe mais feliz do mundo, via seus enfeites de Natal espalhados pela casa e nem ligava para algumas baixas que, obviamente, aconteciam.

O boneco de neve, que outrora era uma linda caixinha de música, virou enfeite de uma nota só, quando sua corda foi exaustivamente forçada. Algumas bolas de Natal foram chutadas em gols imagináveis e muitos enfeites foram colocados em locais inusitados.

E, assim, os Natais foram passando…

Hoje, oito anos depois, o menino sabe que sua mãe adora a época de Natal. E, o pai e ele, seja para vê-la feliz ou porque aprenderam o encanto dessa época, embarcaram na tarefa de ajudá-la na montagem da árvore.

E, segundo eles, é uma tarefa e tanto pois a mãe considera uma missão importante preparar a casa para receber o espírito do Natal.

Montar a árvore de Natal é um momento mágico, um momento de união, de alegria.

É celebrar a vida, renovar a esperança.

É desejar estar em família, ajudar ao próximo, trazer à tona bons sentimentos que possam amenizar as dificuldades da vida.

Enfim, é uma época de luz!

Texto enviado pela leitora S. V. Parmigiani

Emilio Calil

Empresário, jornalista e escritor. Apaixonado por tecnologia e pela Serra Gaúcha. Apreciador de boa gastronomia, bons vinhos e boa conversa. O resto você descobre aqui: emiliocalil.com

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