Veja como uma sucessão de coincidências deu origem à uma forte amizade que teve início em Gramado.
Coincidências que levaram à formação de uma bela amizade. |
“A melhor parte da vida de uma pessoa está nas suas amizades.”
(Abraham Lincoln)
Esta história começa no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), na manhã de domingo do dia 05 de setembro de 2010. Havíamos acabado de aterrissar, ainda sonolentos por termos madrugado em São Paulo. Pegamos nossas malas nas esteiras e esperávamos em um canto o nosso traslado para Gramado.
Tudo era muito recente… Apenas dois dias antes havíamos dito o famoso “sim” e iniciado nossa vida como casal. A sensação era esquisita, éramos ‘ex-solteiros’ dando os primeiros passos no real significado da palavra ‘casamento’. Claro que estávamos felizes, mas também havia um frio na barriga – da festa ao hotel, do hotel ao aeroporto, do aeroporto à lua de mel. Tudo rápido demais para uma mudança tão importante na vida – talvez seja por isso que as festas de casamento na Índia duram dias.
Mas ali estávamos nós: Recém-casados, felizes, ansiosos e esperando o transporte para subir a Serra Gaúcha. Nesse momento alguém se aproxima e diz: “Oi! Será que vocês podem tirar uma foto minha e do meu marido?“. Minha esposa rapidamente se prontificou a atender o pedido daquele simpático casal. Aí conversa vai, conversa vem, descobrimos que eles, como nós, também estavam em lua de mel — com a diferença de que eles celebravam 25 anos de união, enquanto nós ainda engatinhávamos. E aí começaram as coincidências:
Eles: – De onde vocês são?
Nós: – De São Paulo…
Eles: – Nós também! E de qual região vocês são?
Nós: – Da Mooca.
Eles: – Não acredito! Nós também!!!
Descobrimos que eles eram quase vizinhos dos meus sogros (pouco mais de um quarteirão de distância). Tantos anos morando no mesmo bairro e sequer nos esbarramos, e fomos nos conhecer no Rio Grande do Sul. E mais coincidências: Eles estavam hospedados na mesma pousada que nós – não obstante, o quarto deles ficava de frente para o nosso.
E assim começou nossa amizade com Beatriz (Bia) e Nelson. A partir daí, fizemos praticamente todos os passeios juntos – das caminhadas na Borges aos restaurantes e parques, éramos inseparáveis, sempre descobrindo e nos fascinando por cada detalhe que a Serra Gaúcha nos exibia.
Aline e Beatriz (Bia): Carinho e amizade durante toda nossa estada em Gramado. |
Importante ressaltar que o bom humor, carinho e disposição deles foram fundamentais para tornar nossa estada na Serra ainda mais memorável e encantadora. Os dias eram curtos demais para nós.
Generosa, além das belezas naturais de tirar o fôlego, das coloridas construções alemãs, dos parques impecáveis e dos memoráveis restaurantes, Gramado ainda nos presenteou com amigos muito queridos.
Essa amizade dura até hoje. Verdade que não nos vemos com a frequência que gostaríamos, mas quando nos reunimos, são horas e horas de boa conversa.
Nelson e eu no Castelinho Caracol, em Canela. |
Quando retornamos à Gramado em 2013 também estávamos muito bem acompanhados, mas houve alguns momentos em que minha esposa e eu olhávamos para algo e dizíamos: “A Bia e o Nelson iriam adorar isso“. Acho que essa é a principal característica de uma bela amizade: Quando a pessoa faz falta.
E mais importante do que apenas companheiros de passeios e diversão, Bia e Nelson foram uma forte referência para nós. Para os recém-casados que éramos, com milhares de coisas na cabeça e imaginando o futuro, ver aquele casal celebrando 25 anos de união com animação e disposição de adolescentes, bem como seu amor pela família e o companheirismo mútuo, nos marcou profundamente.
Sim, óbvio que tivemos bons exemplos e referência de nossos pais – o que somos hoje devemos a eles. Mas Bia e Nelson foram aquele ‘algo a mais’ que precisávamos para iniciar nossa jornada. E que melhor momento de vivenciar isso já em nossa lua de mel, enquanto desfrutávamos das belezas de Gramado?
Fica aqui minha homenagem àquele casal pelo qual nos apaixonamos e, desde então, tornaram-se grandes amigos.
Um brinde à amizade, à boa companhia e, claro, à Gramado. |
Se me for dada a possibilidade de escolha, gostaria também de celebrar meus 25 anos de casado como eles. E, quem sabe, nesse dia possamos estar em Gramado também, apreciando a cidade e conhecendo algum jovem casal iniciando sua vida a dois. E possamos ser para eles o que a Bia e o Nelson foram para nós.
Deixe um comentário