Das belas e luxuosas lojas e restaurantes às casinhas simples e humildes, a beleza dos contrastes de Gramado permeia toda a cidade.
Entre as inúmeras razões que fizeram eu me apaixonar por Gramado, está a apreciação dos belos contrastes visuais que a cidade oferece. Há uma combinação do novo com o antigo e do luxo com o rústico que simplesmente encanta.
Não falo aqui daquele lugar-comum quando vemos reportagens sobre o Japão, por exemplo, onde jornalistas sem imaginação repetem o velho bordão de ‘modernidade com tradição’. Nada disso. Os contrastes de Gramado são mais profundos, delicados e não tão díspares como Tóquio e Okinawa.
Há uma sublime harmonia nesses contrastes, pois eles se situam às vezes num mesmo lugar, o que torna a apreciação da cidade ainda mais prazerosa. Caminhando por Gramado você encantará lojas e vitrines reluzentes, transbordando requinte e produtos de luxo; e dois passos depois verá alguma simpática casinha de madeira, de uma simplicidade tal que lhe arrancará um sorriso dos lábios.
E independente de ser uma casa de luxo ou humilde, ambas estarão sempre bem decoradas e adornadas. Esta é uma característica dos gramadenses (entre tantas outras) que deveria ser imitada em todo o Brasil. Esse cuidado e capricho em decorar as casas com flores remonta às décadas de 1970/1980, quando a prefeitura de Gramado, já visando o potencial turístico da cidade, incentivou os cidadãos a enfeitarem e cuidarem de suas próprias casas, em troca de redução fiscal – fica o exemplo para outras cidades no país.
Assim, por menor e mais humilde que seja uma casa em Gramado, sempre haverá um vaso na janela, um belo canteiro na entrada ou algum objeto artesanal enfeitando a propriedade.
Verdade que atualmente boa parte das casas mais rústicas e antigas está dando lugar a modernos empreendimentos que não seguem a arquitetura local. Esse rompimento com o passado é triste, mas Gramado oferece ainda ótimas oportunidades de vislumbrar seus contrastes. A bela e elegante Av. Borges de Medeiros (veja mais sobre ela aqui) é um bom ponto de partida para se observar as lojas e restaurantes mais luxuosos – para efeito de comparação, ela equivale à famosa Rua Oscar Freire em São Paulo (mas a Borges ganha de longe).
Caminhar com tranquilidade pela Borges é, talvez, o passeio mais encantador que você fará em Gramado – ao menos é o meu dileto quando estou por lá. Sim, existem inúmeros outros imperdíveis, mas este não lhe custa absolutamente nada e proporciona momentos de inspiração e contemplação únicos. E é na Borges de Medeiros onde você encontrará todo o luxo, requinte e glamour da cidade. As melhores lojas estão ali – lindamente decoradas.
Na Borges, caminhe passando pela Praça Major Nicoletti e pela Rua Coberta, sem se deter. Continue andando e se afastando do centro. Resista à tentação de entrar em alguma loja ou no charmoso Largo da Borges. Apenas siga em frente. Quando estiver mais próximo de prédios residenciais (quase em frente ao McDonald’s), pegue uma travessa – pode ser a Rua Augusto Zatti – e desça até a Rua São Pedro. Pronto, você acabou de descobrir uma nova cidade.
Uma Gramado mais tranquila (!), com casas e comércios mais simples está à sua espera. Repare nos pequenos mercadinhos, nas lojas de malhas e em alguns restaurantes. Eles não possuem tanto ‘glamour’ como aqueles que estão na Borges de Medeiros, mas esbanjam o mesmo encanto e beleza que tornam Gramado uma cidade mágica.
Você verá a Gramado dos gramadenses e não apenas a Gramado dos turistas. Se quiser ampliar essa experiência, continue pela Rua São Pedro e suba a Rua Tristão Oliveira. A cidade mais uma vez se transformará aos seus olhos. À exceção da arquitetura alemã típica, você achará que está em alguma cidadezinha do interior de São Paulo.
Experiência semelhante você terá no extremo oposto da cidade. Atravesse a Borges de Medeiros passando pelo Lago Joaquina Rita Bier, indo no sentido do Lago Negro e do Mini Mundo. Passe pelo Hotel Laguetto Vivace Premio e continue pela Rua João Alfredo Schneider. Vire à esquerda na Rua F. G. Bier e siga sempre em frente, encantando-se com as lindas casas pelo caminho. Então vire à direita e suba a Rua Demétrio Pereira dos Santos (é um excelente exercício). Chegando no topo da ladeira, você pode seguir em frente para ir ao Lago Negro, mas em vez disso, vire à direita na Rua do Lago e desça até o fim. Você estará em um lindo caminho ladeado por árvores e, à sua esquerda, vislumbrará casas magníficas – das mais simples às mais sofisticadas.
Essa experiência única só se revela para quem está disposto a bater pernas por Gramado. Deixe de lado um pouco os passeios turísticos cronometrados e dedique um dia da sua viagem para realmente conhecer a cidade. Uma simples caminhada se mostrará tão bela e enriquecedora quanto uma ida a algum parque.
Gramado é uma cidade pequena, mas se você se dispuser a conhecê-la a pé e embrenhar-se por ruas desconhecidas, sempre encontrará algo novo para ver. Ela nunca deixa de surpreender a quem de fato sabe apreciá-la como se deve, não importa quantas vezes você a visite.
A saudade apertou no peito e os olhos marejaram quando minha mente percorreu esses caminhos enquanto escrevia este post. Da inigualável Borges de Medeiros às ruas mais simples da cidade, há muito meu coração se perdeu em Gramado. E se você conhece de fato a cidade, certamente entenderá minhas palavras.
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Encantador esse comentário sobre Gramado..adoro essa cidade!
Olá. Você saberia me dizer o nome da rua que fica a fábrica de bengalas? Muito obrigada!
Realmente senti isso quando saímos do hotel para irmos ao lago a pé... E o melhor nos perdemos na volta rsrs... Foi o dia mais divertido que passei lá... Não vejo a hora de voltar...